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sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Cabeça Vazia


Sexta feira. Dia 07/08/2009

Lorenzo já não aguentava mais as incertezas que forçavam sua mente. As preocupações o atormentava. Aconteceu de tudo nos últimos dias. Semana infernal. Estava completando exatamente uma semana em que tinha conhecido a sensação da morte e sua vida de já estava intediada. As dores físicas já tinham passado. Estava aflito. Estava nervoso. Sua mente estava impregnada de pensamentos ruins. Pensamentos de merda! Essa definitivamente não foi das melhores semana. Nunca se viu tão flor da pele. Acho que nem um pouco de amor ajudaria naquele momento. Lorenzo já não tem mais vinte anos. Tornou-se homem. As incertezas pela qual atravessava bloqueava seus pensamentos, não deixava fluir sua criatividade. Estava com as mãos atadas. Fazia tempos que Lorenzo não tinha uma atitude saudável. Resolveu caminhar. Que idéia mais idiota aquela, sair por ai andando sem rumo. Pelo menos era o que seu lado racional tentava persuadí-lo. Nem ele próprio achou que teria ânimo. Mas não desanimou, calçou um tênis, tirou a camisa e saiu pela rua em direção a Avenida dos Andradas. Agora era tarde, não queria voltar para casa, ja tinha ficado na frente do computador o dia inteiro. Precisava suar, sentir o calor da rua, respirar a poeira do chão. Uma parte de Lorenzo ria dele mesmo, aquela frase bem ao fundo tentava convencê-lo a voltar para casa..."ficou louco de vez, só faltava essa"...Mas aos poucos a angústia o abandonara. Lembrou dos tempos de atleta de cidade do interior, dos treinos de handebol, das corridas pela cidade com seu amigo Eduardo, um louco varrido naquela época. Lembrou das gatinhas da adolescencia, das "galinhagens" em que se meteu naquele tempo, das suas primeiras experiências no mundo feminino. Continuou a andar. Quando começou a caminhar achou que não passaria de alguns metros já que adorava atitudes prejudiciais a vida de uma atleta. Chegou no Horto. Resolveu caminhar um pouco mais. O stress ficou para trás, estava caminhando forte, viril, imponente, quase uma corrida. Quanto mais suava mais se sentia bem. Lorenzo descobriu que estava preocupado com "picuinhas", coisas idiotas. Quase morreu numa semana e se preocupando com "merda" na outra. Pensou na mulher ideal enquanto caminhava. Qual seria a que o completaria como ser humano, a que seria o fogo do seu baseado, a espuma de sua cerveja, o edredon de sua cama, a companhia perfeita. Não desistiu de sua procura, ela está perdida por ai, é apenas questão de tempo de se encontrarem. Lorenzo sempre esteve ansioso para conhecê-la, mas isso é uma outra história,. Incrivelmente Lorenzo chegou no centro da cidade. Admirou-se pela própria "façanha". Fumante, errado, intenso, esse é Lorenzo. Nunca pensou que chegaria no centro um dia caminhando, sentiu-se ótimo. Cabeça vazia, tranquilo, sereno. Deu um sorriso largo, viro-se e marchou de volta para casa. Na volta foi mais ousado, voltou correndo surpreendido consigo mesmo. Sabe que resolverá seus problemas, nunca se abateu com eles e não seria agora que iria se abater. A vontade de fumar naquele dia ficou para trás. Que venha o próximo!

1 comentários:

Natália Oliveira disse...

Queria ter a coragem que vc teve, pq geralmente quando fico assim, nunca penso em sair para caminhar ou fazer algo que melhore. Geralmente uma música e nada mais. Gostei de mais uma peripécia de Lorenzo. Ele é mesmo intenso.rsrs