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domingo, 2 de agosto de 2009

Pancada


Dia 30 de julho de 2009. Lorenzo acordou cedo, ficou com preguiça de ir trabalhar. Aquele seria um dia importante. Dia de fechar negócios. Aprendeu a gostar de dinheiro, não se tornou um individuo fútil, apenas se entregou ao capitalismo. Estava cheio de planos. Planejou suas visitas, suas rotas e todos os detalhes para aquele dia. Estava com a agenda cheia, quatro empresas para serem visitadas, agenda cheia. Resolveu passar na empresa antes de realizar suas visitas, queria tirar umas dúvidas e resolver uns detalhes. Depois de resolvido os detalhes saiu para almoçar com seus amigos de trabalho. Após o almoço recebeu os contratos que deveria levar para seus clientes. Conferiu sua rota no mapa e foi embora, mal sabia o que o aguardava.
Estava atrasado como sempre. Lorenzo nunca foi pontual. Montou em sua moto e foi atrás de alguns reais. Saindo da empresa errou o caminho e ficou perdido no centro, mesmo com toda a rota conferida conseguiu se perder, algo normal de se acontecer com Lorenzo. Tudo na vida de Lorenzo acontece com muita intensidade, as coisas sempre desenvolvem da forma mais complicada, mais intensa. Lorenzo é um cara intenso, impressionante. Ele pensa que a vida deve ser intensa, segundo ele a vida necessita de intensidade, senão ela não tem sentido algum. Lorenzo é intenso no trânsito, gosta de agitação do trânsito. Conseguiu sair do centro, queria ir para Pampulha, sentiu seu celular fibrar no bolso de sua calça. Parou a moto, atendeu o celular, era um cliente chato, reclamando o atraso, Lorenzo já o enrolava a vários dias.O enrolou novamente, cliente satisfeito, desligou o celular e voltou para o trânsito.
Seguiu sentido a Lagoinha de onde ganharia a Av. Antônio Carlos, pelo menos essa era sua intensão. O dia de trabalho de Lorenzo acabaria no próximo sinal. Lorenzo distraiu, avançou uma parada obrigatória. Deperou-se com uma enorme parede de aço azul. Capacete na parede, corpo ao chão. Lorenzo acabara de sofrer seu primeiro acidente. O estrondo foi enorme, achou que seria sua última visão, aquela parede imponente azul, ainda iria ver muita coisa, o asfalto foi a segunda delas. Ralados, roupa rasgada, veiculo destruido, Lorenzo venceu sua primeira batalha contra a morte, ele sabe que muitas ainda virão. Acendeu um cigarro para comemorar, que irônia.

2 comentários:

Barão de Além Vilarinho disse...

Voce percebeu o quanto o destino é é gozador Sr. Lorenzo?

Ele quiz que vc no dia 30 nascesse de novo. O tal destino te lavrou uma nova certidão de nascimento no contorno de uma roda dobrada.

Lorenzo nasceu de novo no dia do meu aniversário. Podemos acender juntos nossas velas. Podemos fumá-las e prensá-las com sincronia. se o destino quer que sejamos irmãos,, pproblema dele

Natália Oliveira disse...

É lorenzo, seus textos também em muito me impressionam. Você descreve cada detalhe das coisas consigo participar desses acontecimentos. Como se eu tivesse lá junto contigo quando caiu da moto. E de alguma forma ainda que bem singela você expoe seus sentimentos.Bom te ler. E agora sei tudo sobre o episódio de Lorenzo.