Lorenzo começou uma nova etapa em sua vida. Não mais usa aquela calça jeans desbotada, largou o velho tênis encardido, abandou os brincos, fez a barba, cortou o cabelo e se deixou engolir pelo sistema. Descobriu que era inútil lutar contra as imposições do capitalismo, teve que arrumar um emprego e se tornou escravo dele. Enforcado pela gravata, constrói um personagem para si mesmo durante a semana. É um excelente ator, atua como ninguém, aquele não é ele, é apenas uma máscara, uma proteção para si mesmo, uma fantasia que parece real. Lorenzo acha um saco tudo aquilo, mas não pode fugir, a vida tem suas chatices. Tudo era mais fácil quando era criança, a vida se tornou monótona com o passar dos anos. Para alguns esse processo se chama evolução, amadurecimento, para Lorenzo é cativeiro.
Ele tem consciência da sua insignificância perante o sistema, o sistema o despreza. É apenas mais um cartão de crédito perambulando na metrópole. Lorenzo não tem valor pelo que é, mas sim pelo que tem. Lorenzo é uma conta bancária, um carro, um apartamento da zona sul, umas roupas bacanas, o relógio em seu braço, o celular da moda. Essa parafernália o transforma em um grande merda. Porém para entrar em campo é necessário construir um personagem de merda, essa é a regra do jogo.
Ele tem consciência da sua insignificância perante o sistema, o sistema o despreza. É apenas mais um cartão de crédito perambulando na metrópole. Lorenzo não tem valor pelo que é, mas sim pelo que tem. Lorenzo é uma conta bancária, um carro, um apartamento da zona sul, umas roupas bacanas, o relógio em seu braço, o celular da moda. Essa parafernália o transforma em um grande merda. Porém para entrar em campo é necessário construir um personagem de merda, essa é a regra do jogo.
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