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sábado, 11 de julho de 2009



Lorenzo acordou cedo, seu corpo pediu para que levantasse, normalmente acorda com preguiça de levantar, mas nesse dia não, precisava ouvir uma música. Lorenzo é assim, gosta de um bom som logo quando acorda, transforma seu dia, diz ele. Ouviu a mesma música duas vezes, agora sim está preparado. Escovou os dentes, tomou um banho, fez à barba, ritual a qual não estava acostumado a realizar com freqüência, agora é rotina a cada dois dias, e olhe que sua barba é super sem vergonha, barba de moleque. Voltou para seu quarto, tinha que se arrumar, queria ficar o dia todo de cueca em seu quarto, mas isso não era possível. Vestiu sua farda de pingüim adestrado, tomou um café amargo, estava enjoado de adoçante, pegou sua pasta, colocou seu capacete, subiu em sua magrela vermelha e foi em busca do orgulho que todos esperam receber. Esse é a melhor parte do trabalho. As idas e voltas, o transito, a correria. Lorenzo é alucinado pelo trânsito, esquece dos problemas, é a sua terapia. O trânsito seria um saco se estivesse de carro ou de ônibus, mas a magrela lhe proporciona algo que esses veículos não possuem numa grande cidade, agilidade. O engarrafamento se transforma em um enorme quebra-cabeça, é necessário pensar rápido, ou o trânsito o engole. Quanto mais caótico o trânsito mais “divertido” é para Lorenzo. Acha o máximo ultrapassar, embrenhar-se nas brechas entre os carros, ouvir os insultos dos mais nervosos. Gosta de reparar as pessoas em seus carros nos sinais de trânsitos, sem contato com o externo, trancafiados naquela micro-atmosfera. Pela expressão de seus rostos percebe-se o nível do stress causado pelos engarrafamentos, enquanto Lorenzo se vê preso apenas quando o sinal fecha. “Abriu!”, primeira na magrela, “tchau e bença”. Na verdade Lorenzo a paixão de Lorenzo não é o transito, não é pela magrela, mas sim pela cidade, pela vida metropolitana, pela correria do dia-a-dia, pelo caos, pela agitação e tudo isso consome Lorenzo. Lorenzo é o típico urbanóide que nasceu em uma cidade do interior e felizmente deixou a “colônia” e transferiu-se para “metrópole”.

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