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sábado, 7 de junho de 2008

Parceria




Pouquíssimas pessoas contemplam a arte da banalidade, menos ainda a beleza naquilo que se enquadra em nossos conceitos de fétido e anárquico.

Desperdiçamos a todos os instantes oportunidades de extrair um sentido estético ou sensibilizador nas cenas quesão as mais características em uma metrópole: o caótico, o sujo, o marginal e o industrial. Neste portal decaído da rua Floresta, entre os números 53 e 54, reflete-se o fim de uma outrora construção imponente que hoje abriga a mendicância e os registros "underground".Em alguns meses, poderá nascer ali um soberbo prédio de elite ou uma futura igreja. Nada é mais marcante em uma cidade do que essa eterna mutação. Em meio a um portão camuflado de ferrugem, caixas de leite em contato com o chão e muros tingidos pelo mofo, só se pode encontrar um item que é limpo: o horizonte. Singela expectativa para nosso futuro. A esperança, no caso, é da cor azul.

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