Parado em frente ao espelho enquanto escovava meus dentes olhava para meu cabelo despenteado como sempre e para meu rosto ainda inchado pelo sono. Me veio como um raio a lembrança de um dia em que acordei sentado em um sofá velho de uma casa perdida na cidade. Eu estava com os olhos pesados e avermelhados, meu rosto estava igualmente inchado, porém por outro motivo. Acabara de passar por uma madrugada completamente inesperada com meus companheiros.
Nesse dia não discutimos questões relevantes e nem conversamos sobre estratégias de comunicação como já é de costume, apenas aproveitamos o que a noite nos proporcionou.
Muitos copos de chopp e alguns cigarros vagabundos, havia um corpo espancado na grama, isso era minha lembrança. Lembrava aos poucos das atitudes surpreendentes que presenciei naquela noite.
A felicidade estava estampada em todos os rostos, seus corpos aliviados de toda pressão sofrida durante a semana, porém a alegria que preenchia nossos espíritos entrava em atrito com o espaço vazio que habitava nossas carteiras no amanhecer daquele dia.